9.5.11

Psicologia...Um pouco de sua história

  “As ciências têm as raízes amargas,
 porém os frutos são muito doces.”
Aristóteles

A palavra Psicologia deriva de dois termos gregos: O prefixo “psiquê” que significa alma, e o sufixo -logia, derivado de “logos”, que significa estudo.
Segundo Platão, filosofo grego, a psiquê é a vida mental, interna do ser humano. Antes da palavra “Psicologia” , foi usado o termo “Pneumanton”, do grego Pneumato-logia ( vapor, respiração , espírito ) , para designar a parte da filosofia que tratava de “essência e natureza da alma” . (WOLFF, 1967)
As raízes da psicologia podem ser localizadas no quarto e quinto séculos A.C. - Os filósofos gregos Sócrates, Platão e Aristóteles levantaram questionamentos e reflexões fundamentais sobre o funcionamento da mente.
Hipócrates, o “pai da medicina”, fez muitas observações importantes acerca de como o cérebro controlava outros órgãos. Alem deste, dar luz ao campo da biologia humana (anatomia, fisiologia), ele representa a primeira tentativa cientifica de compreender o cérebro na vida humana, tanto em sua função como em seu significado.
Aristóteles, descreveu muitas categorias de comportamento tais como a percepção dos sentidos, memória, as diferenças de raça , cultura etc.
Tais filósofos levantaram questões fundamentais como : As pessoas percebem a realidade? O que e a consciência ? As pessoas são capazes de exercer o livre arbítrio?
Tais indagações e muitas outras, tão importantes agora quanto há dois mil anos atrás, lidam com a natureza da mente e dos processos mentais - são precursoras da busca pelo conhecimento e da compreensão do funcionamento mental do ser humano. ( ATKINSON, 1995)

O interessante é que por mais clássica que seja, a palavra Psicologia (em seu uso conhecido atualmente) só surgiu no século XVIII, ou mais precisamente em 1734, quando Christian Wolff empregou este termo para significar uma disciplina, então , fazendo parte da filosofia . Sua “Psichologia Rationalis ” era aquela parte da filosofia que estudava a natureza e as faculdades da alma. (HEIDBREDER, 1981)

O filosofo e físico Gustav Fechner (1801-1887) havia mostrado como os métodos científicos podiam ser aplicados ao estudo dos processos mentais. No inicio dos anos 1850, Fechner interessou-se pela relação entre a estimulação física e a sensação, tendo ficado particularmente fascinado pela sensibilidade dos sentidos humanos. Quando o principal trabalho de Fechner, “Elementos de Psicofisica”, foi publicado em 1860, mostrou como podiam ser utilizados procedimentos experimentais e matemáticos para estudar a mente humana. Cerca de vinte anos mais tarde, um psicólogo alemão, Wilhelm Wundt, fundou uma disciplina a que chamou eventualmente de psicologia.
Assim, o verdadeiro fundador da psicologia como ciência foi Wilhelm Wundt ( 1832 – 1920 ) . Em 1879, na universidade de Leipzig , na Alemanha, Wundt criou o primeiro laboratório experimental de psicologia. Este foi o marco histórico da psicologia como a ciência. A psicologia separa-se da filosofia e torna-se ciência. (HEIDBREDER, 1981)
Wundt acreditava que os psicólogos deveriam investigar os “processos elementares da consciência” (experiência imediata), suas combinações e relações, da mesma forma que os químicos estudam os elementos fundamentais da matéria. Os psicólogos deveriam estudar a consciência humana as experiências sensoriais fazendo uso do método da introspecção analítica, na qual o psicólogo se concentrava em seus próprios movimentos psíquicos internos tentando descobrir e relacionar as estruturas que levam e causam a consciência.
Wundt tornou-se o líder do movimento conhecido como Estruturalismo. O estruturalismo tinha limitações óbvias – a introspecção era um processo obscuro e não confiável. Além disso excluía automaticamente do estudo as experiências de crianças e animais, pois estes não podiam ser treinados convenientemente. Os psicólogos estruturalistas consideravam fenômenos complexos, tais como pensamento, linguagem, moralidade e anormalidade como impróprios para os estudos introspectivos e, portanto, fora do alcance da ciência. Tendo em vista estas e outras falhas, novos movimentos surgiram para estudar e entender a mente humana. (DAVIDOFF,1983)
Enquanto a psicologia surgia como ciência, partindo da filosofia, outra ciência já mais antiga seguia seus próprios passos, influenciando de maneira considerável o futuro dessa nova ciência chamada psicologia – A psiquiatria, surgida a partir da medicina e, com sua origem moderna datada em 1793 com o médico Filipe Pinel, trouxe uma serie de idéias e metodologias para o campo da psicologia, principalmente à psicologia clinica e psicopatologia, por estas tratarem e lidarem com doenças mentais. A historia mostra que a maior parte das teorias psicológicas tem sido utilizadas no domínio da patologia ( em seu tratamento e busca por compreensão e cura ). Esta fornece não só um esclarecimento particularmente significativo do funcionamento psíquico, mas também elementos de verificação dessas teorias bem como seus domínios de aplicação. Assim muito dos métodos, técnicas e teorias que se tem em psicologia (principalmente as ligadas a doença mental) se basearam e ampliaram conceitos já existentes da psiquiatria ( Pode-se verificar isso atualmente nas áreas de Psicossomática, Psicologia Clinica, Psicopatologia, Psicofarmacologia, entre outras. )
Voltando ao assunto do surgimento da psicologia como ciência : William James (1842-1910), um dos mais influentes psicólogos norte-americanos, ensinou filosofia e psicologia na Universidade de Havard. James não se identificou com nenhum movimento. Seu “sistema” especial de psicologia evoluiu a partir de rigorosas observações de si mesmo e dos outros. Ele se opunha ao estruturalismo porque o via como artificial, limitado. A consciência, argumentava James, é pessoal e única e esta em continua mudança evoluindo com o tempo e sendo seletiva na escolha dentre os estímulos que a rodeavam e bombardeavam. James falava da capacidade do ser humano se adaptar ao seu ambiente.
Por estudar o funcionamento dos processos mentais para auxiliar o ser humano, esse movimento ficou conhecido como Funcionalismo e influenciou muito a psicologia norte-americana, tanto que muitos dos postulados do funcionalismo sobreviveram e se encontram incorporados a atual abordagem conhecida como psicologia cognitiva.
John Watson (1878-1958), psicólogo norte-americano que teve como orientador um professor funcionalista, resolveu fazer da psicologia uma ciência respeitável como as ciências físicas. Sentiu que os psicólogos deviam estudar o comportamento observável e adotar métodos objetivos. Em 1912, quando Watson começou a fazer conferencias e a escrever para difundir seus pontos de vista, nasceu o movimento conhecido como Behaviorismo ( que provem do inglês “behavior”, que significa comportamento). Este movimento teve muitos seguidores e teóricos que amadureceram e abrangeram a teoria dos comportamentos; provavelmente seu maior representante e estudioso tenha sido B.F. Skinner. ( LOMBARD-PLATET, 1998)
Os primeiros behavioristas aceitavam algumas teses básicas - os psicólogos deveriam estudar os eventos ambientais (estímulos) e o comportamento observável (respostas). Daí a formula S => R ( O organismo e estimulado pelo meio e a partir disso tem uma resposta, um comportamento).
Os psicólogos behavioristas deviam visar a descrição, explicação, predição e controle do comportamento, assim como empreender tarefas praticas tais como aconselhamento de pais, legisladores, educadores e homens de negócios.
O enfoque behaviorista deu forma à psicologia moderna (psicologia experimental, métodos de pesquisa) e continua a exercer sobre ela profundo impacto. Enquanto o behaviorismo floresceu na América, a psicologia da Gestalt ( “gestalt” vem da palavra alemã que significa forma, estrutura ou padrão ) crescia na Alemanha.
Os psicólogos da gestalt acreditavam que as experiências trazem consigo uma característica de totalidade ou de estrutura. A Gestalt surge também como forma de protesto contra o estruturalismo, visto como fraco por reduzir experiências complexas da natureza humana a elementos simples (em sua obsessão pela precisão e pelo comportamento observável, os behavioristas também foram culpados e criticados por essa pratica). (DAVIDOFF,1983)
O movimento da Gestalt teve vários representantes, incluindo Wolfgang Kohler, Kurt Koffka e Max Wertheimer. Este ultimo publicou um trabalho em 1912 entitulado “ Movimento aparente” que iniciou a difusão das idéias da Gestalt.
Os psicólogos da Gestalt se interessavam em compreender a percepção, o pensamento e a resolução de problemas. Eles acreditavam que a psicologia devia estudar as experiências subjetivas conscientes das pessoas e encorajavam também o uso de métodos objetivos. Como o humano percebia e como selecionava ( teoria perceptiva da Figura-Fundo) a sua experiência e se relacionava com esta, foi descrito e estudado pela Gestalt.
O movimento da Gestalt foi forte e solidário, sua filosofia traçou a direção da psicologia na Alemanha e, mais tarde, influenciou a psicologia norte-americana (sobretudo no estudo da percepção). Vários enfoques contemporâneos mostram a marca inconfundível da psicologia da Gestalt ( entre estes o humanista e o cognitivo). (HEIDBREDER, 1981)
Em paralelo ao movimento da Gestalt, surge outro movimento na Europa que veio a se tornar um dos mais conhecidos e difundidos na historia da psicologia, o movimento Psicanalista. Sigmund Freud (1856-1939), medico, neurologista vienense se especializou no tratamento de problemas do sistema nervoso e em particular de desordens neuróticas. Mas Freud estudou e refletiu muito a cerca do processo inconsciente. Por processo inconsciente Freud, referia-se às crenças, medos, desejos e angustias dos quais as pessoas não tem consciência, mas que independente disso influenciam o comportamento humano. Freud estudou profundamente os processos mentais (Inconsciente, Consciência e Pré-Consciencia / Id, Ego e Superego ) e fez toda uma teoria e tratamento baseado nas suas descobertas.A teoria psicanalítica criou uma revolução na concepção e tratamento dos problemas emocionais e gerou interesse entre os psicólogos acadêmicos pela motivação inconsciente, a personalidade, o comportamento anormal e o desenvolvimento infantil. ( ATKINSON, 1995)
As idéias psicanalíticas ainda se encontram muito vivas atualmente, tanto em sua forma original como nas numerosas modificações que sofreram. Vários movimentos e ramificações ocorreram a partir da Psicanálise...assim como varias ramificações cresceram e se atualizaram a partir das idéias Behavioristas, da Gestalt, do Funcionalismo e do Estruturalismo.
Temos atualmente uma infinidade de psicólogos, cada qual com sua linha de pensamento: seja psicanalista, seja gestaltista, comportamental, existencialista, humanista, neobehaviorista, cognitivista e assim por diante. A ciência da psicologia continua a crescer e a mudar, e não pode ainda ser colocada dentro de uma forma única. Embora os psicólogos contemporâneos raramente sigam movimentos específicos, eles discordam em alguns pontos filosóficos fundamentais e abordam a psicologia de modos claramente distintos.
Isso podemos verificar de forma clara na visão global da psicologia subdividida em quatro movimentos ou forças. COELHO (1997) relata que, por a psicologia ter passado por muitas transformações desde seu surgimento, ela é, em alguns livros de psicologia ou em algumas áreas, principalmente a clinica, definida por quatro movimentos ou forças diferentes. Estas, diferem entre si por sua visão de mundo e de homem. São elas:
• Primeira Força da Psicologia – o Movimento Behaviorista. Neste temos como visão de mundo a premissa que, o meio ambiente é o determinante do comportamento. Seu objeto de estudo é o comportamento.Tudo segue o principio da causalidade, não existindo fenômeno sem causa, e esta causa se encontra no meio ambiente. A visão de homem é objetivista e materialista, sendo o homem um organismo passivo, manipulado pelos estímulos do meio, todo e qualquer comportamento deste é produto do meio ambiente. Entre os principais representantes deste movimento temos: John Watson, B. F. Skinner, E. C. Tolman e outros

• A Segunda Força da Psicologia – o Movimento Psicanalítico. Por enfocar seu estudo no inconsciente, este movimento relata a existência do determinismo psíquico, ou seja, todo e qualquer evento mental é determinado por algum outro evento psíquico que o procedeu. Assim o determinante do nosso comportamento e ações conscientes é inconsciente. Na visão de homem temos um organismo irracional, governado, manipulado por forças ocultas, instintivas, que ele desconhece. Entre os principais representantes deste movimento temos: S. Freud, M. Klein, J. Lacan e outros.

• A Terceira Força da Psicologia – o Movimento Fenomenológico Existencial/ Humanista. O objeto de estudo é a consciência. Nega qualquer determinismo, acreditando na liberdade de escolha. As ações humanas são livres, revelando uma intenção e um propósito. O homem é a fonte de todos os seus atos, ele é essencialmente livre para fazer suas escolhas e o ponto central é a sua consciência. Entre os principais representantes deste movimento temos: Rollo May, Maslow, Rogers, Perls, e outros.

• A Quarta Força da Psicologia – o Movimento Transpessoal. É a primeira corrente da psicologia contemporânea que dedica atenção privilegiada à dimensão espiritual da experiência humana. Seu objeto de estudo são os estados alterados de consciência, obtidos através de uma ampliação da consciência. O termo transpessoal significa ultrapassar ou transcender a personalidade. A preocupação principal deste movimento é enfocar ou acessar e inclusive provocar os estados alterados e ampliados de consciência. Entre os principais representantes deste movimento temos: W. James, C. G.Jung, Maslow, S. Grof e outros.

Mas apesar de tantas informações o leitor pode vir a se perguntar: Qual o significado e abrangência atual da palavra psicologia? O que ela estuda e com que ela se ocupa? A psicologia está inserida no mercado de trabalho? Como seria a profissão da psicologia, hoje?

Atualmente, como nos descreve ATKINSON (1995) a psicologia pode ser definida como o estudo cientifico do comportamento e dos processos mentais. Ou ainda, como sugere SIMÕES & TIEDEMANN (1985) a psicologia aborda diversos assuntos, como bases fisiológicas do comportamento, desenvolvimento psicológico, aprendizagem, percepção, memória, motivação, emoção, inteligência, linguagem e pensamento, personalidade, psicopatologia, influencias sociais sobre o comportamento e outros.

SILLAMY (1996) numa referencia às funções do psicólogo fala que estas são muitas, ainda mais dentro da psicologia aonde as áreas e abordagens são diversas. Mais tradicionalmente o psicólogo participa do diagnostico (testes, entrevistas, jogos terapêuticos), tratamento (atendimento, consultas, intervenções) e do desenvolvimento da pessoa (conselhos, apoio, psicoterapia). Freqüentemente, também tem atividades de prevenção, informação, formação e pesquisa.

FIGUEIREDO (1991), explica que a profissão de psicólogo esteve inicialmente muito ligada aos problemas de educação e trabalho. O psicólogo “aplicava testes” para selecionar o “funcionário certo, para o lugar certo”, para classificar o escolar numa turma que lhe fosse adequada, verificar o “Q.I.” dos alunos, treinar funcionários...etc. Hoje quando se fala em psicologia o leigo logo pensa no psicólogo clinico. Embora durante muitos anos esta especialização nem existisse legalmente ( pois como a própria psicologia, esta área de atuação teve que conquistar seu espaço na ciência ), atualmente é a principal identidade do psicólogo aplicado ( aplicado em alguma área de atuação). Na Psicologia do Trabalho ou Escolar o psicólogo atua como o profissional que busca humanizar o ambiente, tornando-o saudável e eficiente em sua função. Cada psicólogo ira se especializar, “ se aplicar” em uma área especifica de atuação. Sua função será de psicólogo, mas as técnicas, métodos, teorias e população que ira estudar e com que ira trabalhar em cada área irão diferir um pouco umas das outras.

Com base em DAVIDOFF(1983) serão descritas as principais especialidades ( ou áreas de aplicação da psicologia ), deixando claro que estas não são as únicas, mas a partir destas houveram e haverão atualizações e ramificações constantemente:

• Psicólogo Clinico – Avalia e trata de pacientes com problemas psicológicos. Pode atuar como uma pessoa que promove o auto-conhecimento de seus pacientes. Realiza pesquisas sobre comportamento normal e anormal, diagnostico e tratamento

• Psicólogo Orientador – Aconselha pacientes com problemas ligeiros de ajustamento e promove o aperfeiçoamento nos meios educacionais e de trabalho. Combina pesquisa, consulta e tratamento. Temos atualmente nesta especialidade o Supervisor, um psicólogo que, através de seu conhecimento teórico e pratico orienta outros grupos de psicólogos ou profissionais da saúde em suas atividades.

• Psicólogo Experimental – Planeja e realiza pesquisas em áreas especificas , tais como aprendizagem, sensação, motivação, linguagem ou bases fisiológicas do comportamento.

• Psicólogo Escolar – Promove o desenvolvimento intelectual, social e educacional de crianças nas escolas. Trabalha com alunos e escola visando o ensino-aprendizagem. Estabelece programas e consultas, efetua pesquisas, treina professores e faz uma analise critica do sistema educacional como um todo.

• Psicólogo Industrial ( atualmente Psicólogo do Trabalho ou organizacional) – Combina o desenvolvimento de pesquisa, consulta e programas para aprimorar a eficiência, a satisfação e a Ética no emprego. Trabalha visando a saúde mental do trabalhador. Humaniza a industria. Hoje em dia o foco deste psicólogo é principalmente o Ser Humano dentro do contexto organizacional ( como estes se interrelacionam, convivem e se estao em equilíbrio ou não )

• Psicólogo social ( Psicologia Preventiva ) – Estuda como as pessoas se influenciam e se relacionam umas com as outras. Trata de pessoas com problemas psicológicos no seio da comunidade. Promove ação comunitária e desenvolve programas para melhorar a saúde mental

• Psicometrista ( atual Psicodiagnosticador ) – Desenvolve e avalia testes, planeja pesquisas para estudar e compreender o comportamento e as funções mentais. Atualmente esta especialidade tem tido pouca repercussão por ser muito restrita e a tendência e que ela deixe de existir como especialidade para complementar outras especialidades.

• Pode-se perceber claramente que varias destas especialidades estão muito ligadas entre si (como a psicólogo clinico, o orientador e o psicometrista). Poderia-se resumir a psicologia em principalmente quatro especialidades fundamentais: a Psicologia Clinica, a Psicologia do Trabalho, a Psicologia Escolar e a Psicologia Preventiva ou Social.
A partir destas, surgem e surgirão varias novas formas de fazer e estudar a psicologia - como exemplo disso temos atualmente a Psicologia do consumidor, do esporte, da propaganda, do turismo, jurídica entre tantas outras que são frutos gerados a partir da Psicologia Clinica , Psicologia do Trabalho, Psicologia Escolar e da Psicologia Social.
No Brasil tem-se todas estas vertentes, variações e transformações em psicologia...ainda assim seria interessante relatar o surgimento da psicologia neste pais de forma sucinta, pois esta segue os modelos históricos já existentes e, aqui relatados, dos países Europeus e Norte-Americanos. Segundo Antunes ( 1999 ), a preocupação com os fenômenos psicológicos faz-se presente no Brasil desde os tempos da colônia, aparecendo em obras escritas nas diferentes áreas do saber ( teologia, pedagogia, medicina e filosofia – nestas obras vários assuntos relativos aos fenômenos psicológicos são tratados, assim como o são as possibilidades de sua utilização para fins práticos ), mais tarde, durante o século XlX, em produções advindas de instituições como faculdades de medicina, hospícios, escolas e seminários ( Por exemplo, a USP, o Hospital psiquiátrico Franco da Rocha, foram os pioneiros no uso da psicologia como forma de ciência ).
O período que vai da ultima década do século XlX à terceira década do século XX, no Brasil, foi o momento histórico em que a psicologia alcançou sua autonomia em relação às outras áreas do conhecimento ( tais como Medicina, Filosofia...). Em 27 de agosto de 1962, após a Lei 4119, a psicologia foi regulamentada como profissão no Brasil e se estabeleceu o currículo mínimo do curso.
A psicologia tem sua base na filosofia, e por esse motivo dificilmente terá uma forma única e definida - sempre estará questionando, refletindo, criticando o mundo que a cerca e a si mesma. As possibilidade em psicologia são infinitas, assim como o é o Ser Humano.
Como nos é dito pela revista PSI ( 2002), temos hoje uma psicologia voltada para o social em todas as suas camadas, rompendo com a tradição de compromisso com as elites brasileiras. A psicologia tem clareza, atualmente, de que as condições de vida a que estão submetidos a maioria da população brasileira são fontes geradoras de sofrimento psicológico.
Por isso cabe ao psicólogo, seja este especialista em prevenção, clínica, escola, empresa ou outros, engajar-se na constante busca e reflexão das ações humanas e sociais em todos os campos. Aliando seu saber à ética profissional.
Finalizando, gostaria de citar um trecho escrito por BOCK ( 1997) : “ Um psicólogo em movimento. Essa deve ser a nossa meta. Um psicólogo aliado da transformação social, do movimento da sociedade e dos interesses da maioria da população. Um psicólogo inquieto, conspirador, que saiba estranhar aquilo que na realidade se torna tão familiar que chega a ser pensado como natural ( tal qual a banalização da violência nos dias atuais ). Um psicólogo impermeável às inovações que aceite o desafio de, coletivamente, produzir alternativas à psicologia tradicional”




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